sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Muito prazer, eu sou a otária

E aí descobri, inevitavelmente, que sou a otária.
Sim otária. Eu sou do tipo que espera todos descerem do ônibus antes de entrar. Por isso, algumas vezes, pessoas que estão atrás de mim na fila passam na minha frente, já que não se preocupam em bater em quem está entrando. Quando estou mais fervidinha eu reclamo, faço algum barraco; mas em geral eu perco os lugares, sento no chão (aqueles degraus no fundo, sabe?). E como boa otária que sou, se entrar alguém com neném no colo, eu levanto, mesmo que seja do chão. Eu confesso: espero que outro otário dê seu lugar antes. Principalmente os que estão nos bancos preferenciais. Mas o mundo anda com pessoas espertas demais e, daí, já viu né?
Mas é claro que não é só isso. Eu também sou aquela que reclama o troco errado. Sempre. Mesmo quando percebo que a mocinha me deu dinheiro a mais. Que otariedade, hã? Sempre precisando de grana e ainda fica devolvendo quando “ganha” dos outros. E seria otária o suficiente para devolver uma carteira com dinheiro, caso tivesse o contato do dono. Ou deixar no correio, com um aviso: “estou com o dinheiro, entre em contato” (porque, vai que as pessoas do correio são espertas e resolvem ficar com a grana, não é?)
Eu sou a otária. Daquelas que dizem: “professora, não fiz o trabalho porque não deu tempo mesmo, cheguei tarde do plantão e resolvi dormir”. Podia ser esperta, inventar alguma coisa. Dizer até que o cachorro comeu a pen-drive. Mas não. Otário não faz dessas coisas.
Otária também, quando vejo as pessoas andando pelo acostamento na Br, enquanto estou “ensardinhada” no ônibus. Penso: “se eu estivesse dirigindo, não teria coragem de passar pelo acostamento”. E critico o namorado quando ele pensa em fazer isso. As vezes ele quer ser esperto, veja só.
Eu sou a otária que liga para o banco e tenta negociar a dívida, que eles querem dobrar. Dobrar. Já que você não tem como pagar a vista, então vamos parcelar, mas você paga duas vezes mais, o que acha? Otária. Bem, não tenho como pagar o dobro, desculpe. Ok, otária, os juros vão continuar correndo, logo a dívida duplica sem você ter pago mesmo.
Otários também não jogam lixo no chão. Costumam ter bolsos repletos de papeis. Embrulham o chicletes antes de jogar na lixeira. E não criam desculpas do tipo: “se eu não jogar no chão, o lixeiro não vai ter serviço”. Isso só pode ser coisa de otária.
Otários não compram dvd’s piratas. Podem até baixar da internet, já que não é crime, desde que seja para uso domiciliar. Mas esperto, mesmo, compra, copia e revende.
Também mantenho minha posição de otária em relacionamentos. Não ligo do namorado sair sozinho, com os amigos. Só reclamo se me deixar de lado para isso, mas em geral, não tenho problemas quanto isso. Espero que, além de otária, não seja corna, não é? Porque espertos, não deixam namorado (a), noivo (a), esposo (a), sair sozinho! Não! E, SE sair, fica ligando toda hora. Claro, tem que cuidar do que é seu. E se isso sufoca, azar o dele.
E tem mais, muito mais. Mas tem que ser esperto pra lembrar de tudo. Por enquanto, só algumas citações. Otário que é otário não se expõe demais na internet. Isso é coisa de espertão.
Este texto também foi publicado no blog pessoal da autora: aninhadasilva.wordpress.com

segunda-feira, 29 de março de 2010

Viver Despenteada

Desconheço a autoria (se alguém souber, por favor informe), mas é um texto que vale muito a pena ser lido... e tem a ver com algumas coisas que estamos vivendo ultimamente...!




Hoje aprendi que é preciso deixar que a vida te despenteie,
por isso decidi aproveitar a vida com mais intensidade…


O mundo é louco, definitivamente louco…
O que é gostoso, engorda. O que é lindo, custa caro.
O sol que ilumina o teu rosto enruga.


E o que é realmente bom dessa vida, despenteia…
- Fazer amor, despenteia.
- Rir às gargalhadas, despenteia.
- Viajar, voar, correr, entrar no mar, despenteia.
- Tirar a roupa, despenteia.
- Beijar à pessoa amada, despenteia.
- Brincar, despenteia.
- Cantar até ficar sem ar, despenteia.
- Dançar até duvidar se foi boa idéia colocar aqueles saltos gigantes essa noite, deixa seu cabelo irreconhecível…


Então, como sempre, cada vez que nos vejamos eu vou estar com o cabelo bagunçado…

mas pode ter certeza que estarei passando pelo momento mais feliz da minha vida.


É a lei da vida: sempre vai estar mais despenteada a mulher que decide ir no primeiro carrinho da montanha russa, que aquela que decide não subir
Pode ser que me sinta tentada a ser uma mulher impecável,
toda arrumada por dentro e por fora


O aviso de páginas amarelas deste mundo exige boa presença:
Arrume o cabelo, coloque, tire, compre, corra, emagreça,
coma coisas saudáveis, caminhe direito, fique seria…
e talvez deveria seguir as instruções, mas
quando vão me dar a ordem de ser feliz?
Por acaso não se dão conta que para ficar bonita
eu tenho que me sentir bonita…


¡A pessoa mais bonita que posso ser!


O único que realmente importa é que ao me olhar no espelho, veja a mulher que devo ser.


Por isso, minha recomendação a todas as mulheres:
Entregue-se, Coma coisas gostosas, Beije, Abrace,
dance, apaixone-se, relaxe, Viaje, pule,
durma tarde, acorde cedo, Corra,
Voe, Cante, arrume-se para ficar linda, arrume-se para ficar confortável,
Admire a paisagem, aproveite, e acima de tudo, deixa a vida te despentear!!!!


O pior que pode passar é que, rindo frente ao espelho, você precise se pentear de novo...

quarta-feira, 3 de março de 2010

O lucro a qualquer custo

No artigo “A barbárie como norma”, o jornalista Fernando de Barros e Silva critica a programação da televisão brasileira de uma maneira generalizada e quase convincente. Leia-se quase, pois o autor esquece de citar programas que ainda visam a qualidade na comunicação e tem o ibope apenas como resultado de seu trabalho. É certo que as emissoras de TV se tornaram indústrias cujo objetivo principal é a obtenção de lucro, o que gera a competitividade entre elas. Beth Carmona, presidente da TVE Rede Brasil cita essa competição e lembra que o "padrão Globo" reinou durante muito tempo influenciando as outras emissoras. O que seria bom, caso tivesse se mantido. No entanto, a concorrência acirrada acabou por levar o nível da programação a uma “baixaria” que abusa de temas como violência, sexo, escândalos e apelações. Barros e Silva acrescenta também os programas de auditório, fazendo uma comparação entre o nível de cada um: no final, são todos iguais. A própria rede Globo, antes conservadora de bons textos de novela e programação voltada à “família brasileira”, rendeu-se aos temas apelativos, às mulheres semi (ou totalmente) nuas, além de transformar grandes programas em cópias dos “besteiróis americanos” com humor sarcástico e sem medida. O fato é que a programação decaiu porque alguém assiste. E se as emissoras abertas se nivelam por baixo, quem assiste (a grande massa) não tem opção de escolher uma programação melhor. Por isso o ibope de reality shows aumenta. Por isso mulher de fio dental dá ibope. Por outro lado, programas como "CQC", "Profissão Repórter", "Domingo Espetacular", ganham destaque com abordagens inteligentes e os índices de ibope também sobem. Esses programas não se comparam a algumas produções que tem tomado o espaço do horário nobre, mas concorrem com elas. E se não empatam, correm o risco de perder, já que a população está muito mais adaptada aos programas de linguagem vulgar (considerando aqui o sentido de comum, reles). Há que se injetar uma dose de boa programação, trabalhada, inteligente, sagaz. Mas para as emissoras é muito mais lucrativo trabalhar produções como "BBB" (que além dos patrocinadores, rende milhões com as ligações) do que apostar em reportagens que estimulem o pensamento da grande massa.

Fonte consultadas: http://www.tvebrasil.com.br/noticias/040218_texto_beth.asp + “A barbárie como norma” de Fernando de Barros e Silva

domingo, 24 de janeiro de 2010

Internet e redes sociais...

E continuando...
Fim do ano tivemos dezenas de trabalhos para entregar (e, acreditem, isso não é uma hipérbole).
Conseguimos a façanha de focar todos os trabalhos em um único tema: Internet e Redes Sociais.
Com isso, fizemos um jornal (Caixa de Entrada) para a matéria de técnicas de entrevista, com direito a credencial de jornalista no festival de música Lupaluna. Foi uma experiência e tanto estar entre grandes jornalistas de renomados jornais do estado, conhecer pessoas realmente incríveis (como os assessores do evento) e, de quebra, entrevistar alguns dos cantores que se apresentavam por lá.
O texto da matéria você confere abaixo.




Muito mais que ferramente de pesquisa, a internet tem sido um instrumento de relação interpessoal, principalmente com o surgimnto das redes sociais.
No Brasil, as redes ganharam destaque a partir de 2003 com a criação do Myspace e em 2004 com o Orkut e Facebook. Recentemente, o sistema de microblog Twitter tem dominado as páginas de acesso dos brasileiros. O sucesso das redes é calculável: cerca de 70% da população brasileira utiliza algum tipo de rede social.
Essas redes tem criado amizades virtuais e relacionamentos até pouco tempo inimagináveis, como é o caso da relação entre artistas e seu público.
O Caixa de Entrada perguntou aos fãs e às celebridades sua opinião sobre a aproximação que a internet tem possibilitado entre eles.
Para o baterista do Nx-Zero, Daniel Weskler, 22 (@daniel_weskler) essa relação virtual é mais segura: "Nossa banda chegou a um nível em que a aproximação física se tornou perigosa, agente tenta manter esse contato, pra galera saber que agente também é de carne e sangue, acompanhar o nosso dia-a-dia".
Já a cantora Mallu Magalhães (@mallu_magalhaes), vê nesse contato uma retribuição ao carinho dos fãs: "Eu também sou fã e já me senti sem atenção. O trabalho físico é uma energia positiva que gera o combustível que me move, mas também é desgastante, por isso uso o twitter ou o myspace por exemplo", conta.
A vocalista da banda Anacrônica, Sandra Piola, diz que a banda também aposta na internet como meio de divulgação, ela afirma ser "um fator bem positivo, tanto que todas as músicas da banda estão disponíveis para download gratuito".
Do lado dos fãs, o twitter tem sido o instrumento de contato com os ídolos. O estudante Daniel Renan, 17, garante que a interação com os artistas é garantida com o uso de microblogs. Ele mesmo já recebeu uma "reply" do ator Tom Felton (via @tomfelton). Ele afirma ainda que "o twitter torna as celebridades mais humanas. Depois de seguir o William Bonner (@realbonner) minha opinião sobre ele mudou completamente". Mas essa aproximação não é de todo válida, ele lembra que já se decepcionou com vários artistas depois de conhecê-los melhor.
Quem também já recebeu atenção especial foi a auxiliar administrativo Ana Paula dos Santos, 27. Ela é seguida no twitter pelo Roger do Ultraje a Rigor e por Leo Jaime, mas foi Willian Bonner que lhe deu um retweet (que gerou outros 80).
Para ela, a interação "depende muito da disponibilidade do artista e da sorte de quem twitta em acertar o momento em que o artista está on line".
A pesquisa mostrou que, embora essas relações sejam virtuais, elas tem revelado o lado humano dos artistas, o que faz com que os fãs admirem não apenas o trabalho de seus ídolos, mas também o próprio caráter pessoal.

(AFS)

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Os diferentes caminhos de Mestre Zorba

Iniciando nossa "mostra de trabalhos acadêmicos", acho justo publicar a entrevista que, para mim, foi a matéria do ano. Estudar os perfis das pessoas e descobrir suas histórias é o que faz a profissão de jornalista nobre: você aprende um mundo em uma hora de bate-papo.
A entrevista com o Zorba Mestre, vocalista da Big Time Orchestra (banda da qual, sim, eu sou fã), durou uma hora, foi uma delícia e contou com o inesperado: o gravador do celular não salvou nada da conversa. O jeito foi decifrar as anotações e colocar a memória em exercício. E foi difícil cortar informações: tudo parecia necessário. Valeu a pena. Delicie-se!
De veterinário a cantor de neo-swing, Zorba Mestre transformou seu destino alternando seus caminhos de vida

"Tudo é possível para quem tem foco"

“Me chamavam de louco, duvidavam do sonho, diziam que era pouco e que não ia durar, agora da platéia me veem brilhar..” A letra da música “Berbucano” da Big Time Orchestra, pode definir a trajetória de vida de Zorba Mestre Dalallana, vocalista do grupo.
Foi durante uma viagem dos alunos de veterinária da Universidade Federal do Paraná, que um colega levou um violão e surgiu a idéia da formação de uma banda apenas de veterinários. Criou-se então a “Monte de Bossas”, primeira experiência de Zorba no meio musical.
Mais tarde, ingressou no Coral Sinfônico do Paraná, convidado pelo pintor da casa de sua mãe, que fazia parte do grupo e cantarolava muito bem enquanto dava suas pinceladas.
No Guaíra, Zorba se profissionalizou, participou de grandes obras como Carmina Burana e “Messias” de Hendel, ópera da qual se orgulha e tem boas lembranças: “É linda, eu decorei inteira e poderia cantá-la ainda, pelo menos uns 50%”, relembrou durante a entrevista ao lado de sua namorada Mariana, com quem está há 4 anos.
Dono de uma voz aveludada e potente e de uma humildade do tamanho do seu talento se formou em veterinária graças às serenatas que fazia às namoradas dos professores. Foram 7 anos de universidade e 8 de atendimento clinico, a realização de um sonho de criança: “Eu queria criar uma injeção para não deixar os filhotes crescerem, eles são tão bonitinhos”. Além disso, a clinica tinha uma área apenas para os cães de rua, apelidada carinhosamente por ele de “atendimento do SUS”.
Como veterinário fez parte do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-PR) e é ainda vice-presidente da Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (ANCLIVEPA-PR), por isso, trocar de profissão não foi fácil: “Estava trabalhando demais e ganhando de menos, por isso resolvi fazer uma pós, e fiz Marketing”. Ninguém entendia porque um veterinário estava cursando marketing, e entenderam menos ainda quando resolveu fazer MBA em finanças. Trocou a clinica pelo escritório e montou uma consultoria de empresas, mais tarde, consultoria política. Alias, foi por causa do trabalho com a política que resolveu trocar mais uma vez de profissão: “era muito estressante, com político a gente tem que receber antes das eleições, se não, não recebe mais”.
Em meados de 2002 começou a tocar a noite com um amigo por pura necessidade. Foi quando a música rendeu dinheiro e reconhecimento. Três anos mais tarde recebeu o convite para ser o vocalista da Big Time Orchestra banda de neo-swing.
No ano seguinte, foi convidado a gravar um áudio-livro sobre o convívio entre o cão e seu dono. Surgiu então o “Dr. Dog” (Editora Nossa Cultura, R$22,90 – 54min). Recentemente, gravou também o Dr. Cat, direcionado aos donos dos felinos. O segundo áudio livro do autor ainda não foi produzido, pois segundo ele, a cultura de ouvir livros no Brasil ainda é fraca.
Comanda ainda a Banda Conexão Acústica e está desenvolvendo com um amigo o projeto Small Planet, que combina batida lounge e improvisação vocal.
Quanto às suas mudanças de estilo musical, ele justifica pela pura necessidade, “você nunca vai me ver cantando sertanejo e pagode, mas gosto de ter a liberdade de criar e o neo-swing me possibilita isso”.
Ele não se considera uma pessoa religiosa, "religião é coisa humana, inventada por homens", mas atribui sua coragem em transformar sua vida a seu único herói, Jesus Cristo. Essa coragem soma-se a uma frase que demonstra sua determinação: “Tudo é possível para quem tem foco”, mesmo que o foco às vezes se altere.