domingo, 24 de janeiro de 2010

Internet e redes sociais...

E continuando...
Fim do ano tivemos dezenas de trabalhos para entregar (e, acreditem, isso não é uma hipérbole).
Conseguimos a façanha de focar todos os trabalhos em um único tema: Internet e Redes Sociais.
Com isso, fizemos um jornal (Caixa de Entrada) para a matéria de técnicas de entrevista, com direito a credencial de jornalista no festival de música Lupaluna. Foi uma experiência e tanto estar entre grandes jornalistas de renomados jornais do estado, conhecer pessoas realmente incríveis (como os assessores do evento) e, de quebra, entrevistar alguns dos cantores que se apresentavam por lá.
O texto da matéria você confere abaixo.




Muito mais que ferramente de pesquisa, a internet tem sido um instrumento de relação interpessoal, principalmente com o surgimnto das redes sociais.
No Brasil, as redes ganharam destaque a partir de 2003 com a criação do Myspace e em 2004 com o Orkut e Facebook. Recentemente, o sistema de microblog Twitter tem dominado as páginas de acesso dos brasileiros. O sucesso das redes é calculável: cerca de 70% da população brasileira utiliza algum tipo de rede social.
Essas redes tem criado amizades virtuais e relacionamentos até pouco tempo inimagináveis, como é o caso da relação entre artistas e seu público.
O Caixa de Entrada perguntou aos fãs e às celebridades sua opinião sobre a aproximação que a internet tem possibilitado entre eles.
Para o baterista do Nx-Zero, Daniel Weskler, 22 (@daniel_weskler) essa relação virtual é mais segura: "Nossa banda chegou a um nível em que a aproximação física se tornou perigosa, agente tenta manter esse contato, pra galera saber que agente também é de carne e sangue, acompanhar o nosso dia-a-dia".
Já a cantora Mallu Magalhães (@mallu_magalhaes), vê nesse contato uma retribuição ao carinho dos fãs: "Eu também sou fã e já me senti sem atenção. O trabalho físico é uma energia positiva que gera o combustível que me move, mas também é desgastante, por isso uso o twitter ou o myspace por exemplo", conta.
A vocalista da banda Anacrônica, Sandra Piola, diz que a banda também aposta na internet como meio de divulgação, ela afirma ser "um fator bem positivo, tanto que todas as músicas da banda estão disponíveis para download gratuito".
Do lado dos fãs, o twitter tem sido o instrumento de contato com os ídolos. O estudante Daniel Renan, 17, garante que a interação com os artistas é garantida com o uso de microblogs. Ele mesmo já recebeu uma "reply" do ator Tom Felton (via @tomfelton). Ele afirma ainda que "o twitter torna as celebridades mais humanas. Depois de seguir o William Bonner (@realbonner) minha opinião sobre ele mudou completamente". Mas essa aproximação não é de todo válida, ele lembra que já se decepcionou com vários artistas depois de conhecê-los melhor.
Quem também já recebeu atenção especial foi a auxiliar administrativo Ana Paula dos Santos, 27. Ela é seguida no twitter pelo Roger do Ultraje a Rigor e por Leo Jaime, mas foi Willian Bonner que lhe deu um retweet (que gerou outros 80).
Para ela, a interação "depende muito da disponibilidade do artista e da sorte de quem twitta em acertar o momento em que o artista está on line".
A pesquisa mostrou que, embora essas relações sejam virtuais, elas tem revelado o lado humano dos artistas, o que faz com que os fãs admirem não apenas o trabalho de seus ídolos, mas também o próprio caráter pessoal.

(AFS)

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Os diferentes caminhos de Mestre Zorba

Iniciando nossa "mostra de trabalhos acadêmicos", acho justo publicar a entrevista que, para mim, foi a matéria do ano. Estudar os perfis das pessoas e descobrir suas histórias é o que faz a profissão de jornalista nobre: você aprende um mundo em uma hora de bate-papo.
A entrevista com o Zorba Mestre, vocalista da Big Time Orchestra (banda da qual, sim, eu sou fã), durou uma hora, foi uma delícia e contou com o inesperado: o gravador do celular não salvou nada da conversa. O jeito foi decifrar as anotações e colocar a memória em exercício. E foi difícil cortar informações: tudo parecia necessário. Valeu a pena. Delicie-se!
De veterinário a cantor de neo-swing, Zorba Mestre transformou seu destino alternando seus caminhos de vida

"Tudo é possível para quem tem foco"

“Me chamavam de louco, duvidavam do sonho, diziam que era pouco e que não ia durar, agora da platéia me veem brilhar..” A letra da música “Berbucano” da Big Time Orchestra, pode definir a trajetória de vida de Zorba Mestre Dalallana, vocalista do grupo.
Foi durante uma viagem dos alunos de veterinária da Universidade Federal do Paraná, que um colega levou um violão e surgiu a idéia da formação de uma banda apenas de veterinários. Criou-se então a “Monte de Bossas”, primeira experiência de Zorba no meio musical.
Mais tarde, ingressou no Coral Sinfônico do Paraná, convidado pelo pintor da casa de sua mãe, que fazia parte do grupo e cantarolava muito bem enquanto dava suas pinceladas.
No Guaíra, Zorba se profissionalizou, participou de grandes obras como Carmina Burana e “Messias” de Hendel, ópera da qual se orgulha e tem boas lembranças: “É linda, eu decorei inteira e poderia cantá-la ainda, pelo menos uns 50%”, relembrou durante a entrevista ao lado de sua namorada Mariana, com quem está há 4 anos.
Dono de uma voz aveludada e potente e de uma humildade do tamanho do seu talento se formou em veterinária graças às serenatas que fazia às namoradas dos professores. Foram 7 anos de universidade e 8 de atendimento clinico, a realização de um sonho de criança: “Eu queria criar uma injeção para não deixar os filhotes crescerem, eles são tão bonitinhos”. Além disso, a clinica tinha uma área apenas para os cães de rua, apelidada carinhosamente por ele de “atendimento do SUS”.
Como veterinário fez parte do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-PR) e é ainda vice-presidente da Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (ANCLIVEPA-PR), por isso, trocar de profissão não foi fácil: “Estava trabalhando demais e ganhando de menos, por isso resolvi fazer uma pós, e fiz Marketing”. Ninguém entendia porque um veterinário estava cursando marketing, e entenderam menos ainda quando resolveu fazer MBA em finanças. Trocou a clinica pelo escritório e montou uma consultoria de empresas, mais tarde, consultoria política. Alias, foi por causa do trabalho com a política que resolveu trocar mais uma vez de profissão: “era muito estressante, com político a gente tem que receber antes das eleições, se não, não recebe mais”.
Em meados de 2002 começou a tocar a noite com um amigo por pura necessidade. Foi quando a música rendeu dinheiro e reconhecimento. Três anos mais tarde recebeu o convite para ser o vocalista da Big Time Orchestra banda de neo-swing.
No ano seguinte, foi convidado a gravar um áudio-livro sobre o convívio entre o cão e seu dono. Surgiu então o “Dr. Dog” (Editora Nossa Cultura, R$22,90 – 54min). Recentemente, gravou também o Dr. Cat, direcionado aos donos dos felinos. O segundo áudio livro do autor ainda não foi produzido, pois segundo ele, a cultura de ouvir livros no Brasil ainda é fraca.
Comanda ainda a Banda Conexão Acústica e está desenvolvendo com um amigo o projeto Small Planet, que combina batida lounge e improvisação vocal.
Quanto às suas mudanças de estilo musical, ele justifica pela pura necessidade, “você nunca vai me ver cantando sertanejo e pagode, mas gosto de ter a liberdade de criar e o neo-swing me possibilita isso”.
Ele não se considera uma pessoa religiosa, "religião é coisa humana, inventada por homens", mas atribui sua coragem em transformar sua vida a seu único herói, Jesus Cristo. Essa coragem soma-se a uma frase que demonstra sua determinação: “Tudo é possível para quem tem foco”, mesmo que o foco às vezes se altere.