quarta-feira, 3 de março de 2010

O lucro a qualquer custo

No artigo “A barbárie como norma”, o jornalista Fernando de Barros e Silva critica a programação da televisão brasileira de uma maneira generalizada e quase convincente. Leia-se quase, pois o autor esquece de citar programas que ainda visam a qualidade na comunicação e tem o ibope apenas como resultado de seu trabalho. É certo que as emissoras de TV se tornaram indústrias cujo objetivo principal é a obtenção de lucro, o que gera a competitividade entre elas. Beth Carmona, presidente da TVE Rede Brasil cita essa competição e lembra que o "padrão Globo" reinou durante muito tempo influenciando as outras emissoras. O que seria bom, caso tivesse se mantido. No entanto, a concorrência acirrada acabou por levar o nível da programação a uma “baixaria” que abusa de temas como violência, sexo, escândalos e apelações. Barros e Silva acrescenta também os programas de auditório, fazendo uma comparação entre o nível de cada um: no final, são todos iguais. A própria rede Globo, antes conservadora de bons textos de novela e programação voltada à “família brasileira”, rendeu-se aos temas apelativos, às mulheres semi (ou totalmente) nuas, além de transformar grandes programas em cópias dos “besteiróis americanos” com humor sarcástico e sem medida. O fato é que a programação decaiu porque alguém assiste. E se as emissoras abertas se nivelam por baixo, quem assiste (a grande massa) não tem opção de escolher uma programação melhor. Por isso o ibope de reality shows aumenta. Por isso mulher de fio dental dá ibope. Por outro lado, programas como "CQC", "Profissão Repórter", "Domingo Espetacular", ganham destaque com abordagens inteligentes e os índices de ibope também sobem. Esses programas não se comparam a algumas produções que tem tomado o espaço do horário nobre, mas concorrem com elas. E se não empatam, correm o risco de perder, já que a população está muito mais adaptada aos programas de linguagem vulgar (considerando aqui o sentido de comum, reles). Há que se injetar uma dose de boa programação, trabalhada, inteligente, sagaz. Mas para as emissoras é muito mais lucrativo trabalhar produções como "BBB" (que além dos patrocinadores, rende milhões com as ligações) do que apostar em reportagens que estimulem o pensamento da grande massa.

Fonte consultadas: http://www.tvebrasil.com.br/noticias/040218_texto_beth.asp + “A barbárie como norma” de Fernando de Barros e Silva

Um comentário:

Anônimo disse...

Bem que se v q esse blog não iria decolar - amal