Todos os dias acesso o google. Devo ser um tipo das mais alienadas, que acredita que o único site de busca completo é o dos amigos Sergey Brin e Larry Page. E todos os dias, a palavra "google" está escrita de uma forma diferente. No natal, tem um papai noel no meio dos "oo's". No carnaval, serpentinas espalhadas pelas letras. Outro dia mesmo, a letra L estava submersa em uma piscina, e eu nem descobri porquê.
Mas hoje, ao acessar, havia apenas alguns risquinhos e pontinhos, no lugar do nome do site. Cliquei. Foi mais forte que eu. E descobri: 27 de abril foi o dia em que nasceu Samuel Morse, inventor do telégrafo elétrico e do código a que atribui o seu sobrenome.
Já tinha me apaixonado pelo código morse quando li uma serie de Pedro Bandeira, chamada "Os Karas", onde um grupo de "adolescentes-heróis" usava de todas as artimanhas para desvendar alguns crimes. Em um dos livros, eles usaram o código morse com a luz.
Eu tinha até, em uma das páginas do meu caderno do ensino médio, o alfabeto inteiro desenhado em "Longas e Curtas".
Tentei decorar toda a sequencia, mas nenhum amigo meu gostou da ideia a ponto de me acompanhar...Fico imaginando em quantas provas poderia ter colado se meus amigos soubessem o código. Ok, esse não foi um exemplo ético. Mas seria fantástico usar umas batidinhas, ou luz para uma comunicação eficaz. Chega de pedras nas janelas: apenas algumas palmas e está tudo resolvido. Nada de bilhetes escondidos passeando pela sala: Três longas, dois curtas, um curta, um curta um longa, dois longas, dois curtas, dois longas um curta, um curta um longa. (Oi amiga). Sim parece complicado. Mas não é. É como a musica: você vê todos aqueles rabiscos e bolinhas e nem imagina o que pode formar. Depois que aprende, percebe que aquele emaranhado na verdade segue a risca uma ordem e se tranforma em lindas composições.
O código foi criado em 1835 com a participação de Alfred Vail (responsável pelo alfabeto, já que Samuel desenvolveu o código com palavras inteiras), e foi muito usado com o telégrafo entre o século XIX e o início do século XX (você se lembra da cena no Titanic, onde o garoto usa um telégrafo com o sinal de SOS?). Em 1948 sofreu uma revisão, para torná-lo uma liguagem mundial.
Hoje, é raramente usado, principalmente em comunicação de rádios amadoras (e amantes de coisas diferentes, como eu _ ou o google).
Existe até um tradutor on line para facilitar a vida do mais curiosos(http://www.baependi.com.br/morse/index.htm). Se você não tem a menor noção do que possam significar os pontinhos, fica a tabela e a dica de uma comunicação diferente e até mesmo divertida!

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