domingo, 12 de abril de 2009

A tragédia de Santa Catarina deixou marcas..


Minha amiga de faculdade e companheira de blog, viajou até Santa Catarina para uma festa de família, e ao observar que os destroços da enchente do ano passado continuavam lá, resolveu fotografar. Com uma câmera digital de 3 mega pixels, automática, sem controle do obturador nem fotometragem, ela tirou muitas fotos, e no meio de umas 20 fotografias duas me chamaram a atenção. Transmitiam a dor no meio dos entulhos do acidente, e quando ela observou um calendário parado no ano de 2008 no mês de novembro, sentiu-se angustiada e comovida ao perceber que ali uma família se acabou, uma historia congelou no tempo, exatamente no mês da tragédia, momento este que com certeza ficou marcado por correria, e acima de tudo por luta pelo instinto de sobrevivência do ser humano. Catarinenses que fugiram de suas próprias casas para não morrerem, deixando para trás tudo que lutaram para conquistar, mas mesmo assim preferiram sua vida e a de sua família ao invés de geladeiras, de dinheiro, de TVs ou até mesmo de carros.
Relatei todos estes fatos para vocês que acompanham o blog para declarar o que sinto quando vejo uma foto que transmite tanto sentimento: através dela posso perceber e sentir os sentimentos daquela população. Observo acima de tudo a emoção que minha amiga quis passar através deste instante, não só a emoção que a própria fotógrafa sentiu, mas a de muitos brasileiros que como ela se comoveram e choraram junto com todas aquelas famílias, com a tragédia que devastou grande parte de Santa Catarina. Mesmo passando tanto tempo, a dor ficará marcada eternamente em nossa memória e nas fotos tiradas neste período, pois toda fotografia nos remete a algo, a uma lembrança, seja ela triste ou feliz, ou até mesmo a um simples momento passageiro de nossas vidas que muitas vezes passam despercebidos.
A imagem jornalística é algo concreto que não omite fatos, e por isso sempre causa um impacto bom ou ruim pra quem observa, a cor ou a falta dela, o contraste, as múltiplas possibilidades de ângulo do mesmo local , e o mais importante que é a magia de conseguirmos sentir, mesmo que distantes, o sentimento do personagem da fotografia, e congelar este momento com exatidão e clareza, sabendo controlar e manusear uma câmera. É fascinante, mas fazer isto não deve ser algo mecânico e didático, pois envolve amor, sentimento, paixão e acima de tudo percepção.
Fotografar um momento é fazer parte dele, mesmo sendo uma tragédia ou uma festa, é sentir o que esta fotografando, e pensar como o personagem ou a vítima, é viver e tentar adivinhar os pensamentos, os movimentos e atitudes da pessoa ou da situação desejada.
Pois em um simples click, podemos parar o tempo e congelar as alegrias e tristezas omitidas ou não pela sociedade.

OBS: Não sou fotógrafa sou apenas uma admiradora desta fascinante profissão.
Em breve a fotografia de nossa amiga ana..

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